Riberinhos und Munduruku wehren sich gemeinsam gegen Todesdrohungen
Wir, das Volk Munduruku des mittleren und oberen Tapajós und das Volk Apiaká, bekunden unsere Solidarität mit den Freunden und Gefährten der Gemeinde Montanha und Mangabal, die mit dem Tod bedroht werden. Zwei großartige Gefährten: Chico Caititu (den wir Kazike Daje nennen) und Ague Pereira mussten schon aus ihren Häusern fliehen, ohne zu wissen, wann sie zurückkommen können. Die zurückgebliebenen Familien der beiden und von Pedro Braga sind sehr besorgt. Wohin soll diese Situation noch führen?
Wir wissen, dass unser Kampf zur Verteidigung des Flusses Idixidi (Tapajós) und unserer Gebiete unangenehm ist, besonders nach dem wir die Gebiete Montanha, Mangabal und Daje Kapap Eypi, eigenständig abgegrenzt haben. Die „Pariwat“- diejenigen die nicht zu diesem Ort gehören, nennen es das Indigenen-Reservat Sawre Muybu. Seit vielen Jahren werden wir mit Eindringlingen konfrontiert, die unsere Flüsse und unser Land mit illegaler Goldsuche und Abholzung zerstören. Aber umso mehr wir unsere Territorien beschützen und für unsere Rechte kämpfen, desto stärker werden wir bedroht.
Der Kampf des Volkes Munduruku und der Gemeinden Montanha und Mangabal ist ein vereinter Kampf. Zusammen besetzten wir Belo Monte, grenzten Daje Kapap Eypi, Montanha und Mangabal ab, erstellten unsere Konsultationsprotokolle, besetzten die Transamazônica, sagten den Politikern in Brasília und Itaituba, dass wir gegen die Staudämme, die Eisenbahntrasse und die Invasion der Sojaplantagen sind… wir haben schon viel gemeinsam gemacht und werden es weiterhin tun. All diese Projekte bringen den Tod und der Fluss Tapajós ist unser aller Leben. Wir, Munduruku und Ribeirinhos (andere traditionelle Anwohner*innen an Flussufern), wir sind vom selben Fluss, wir sind vom selben Blut, wir sind vom selben Wald. Wir sind zusammen auf demselben Territorium am Fluss aufgewachsen. Wer sich mit den Ribeirinhos, die an unserer Seite kämpfen anlegt, legt sich auch mit dem Volk Munduruku an, sawe.
Original auf Portugiesisch:
Nós, povo Munduruku do Medio e Alto Tapajós e povo Apiaká, queremos expressar nossa solidariedade aos amigos e companheiros de luta de Montanha e Mangabal, que estão sofrendo ameaças de morte. Dois grandes companheiros já tiveram que sair de suas casas, sem saber quando vão voltar: Chico Caititu (que chamamos de cacique Daje) e Ageu Pereira. As famílias dos dois e do Pedro Braga, que ainda está na comunidade, estão muito preocupadas. E nós também. Até onde vai essa situação?
Sabemos que a nossa luta em defesa do rio Idixidi (Tapajós) e dos nossos territórios incomoda muito, principalmente depois que fizemos, juntos, as autodemarcações de Montanha e Mangabal e de Daje Kapap Eypi, que os pariwat chamam de Terra Indígena Sawre Muybu. Já faz muitos anos que estamos enfrentando de frente os invasores que destroem nosso rio e nossa terra com garimpo ilegal ou tirando madeira e palmito. Mas cada vez que protegemos mais os nossos territórios, que lutamos mais por direitos, encontramos mais ameaças.
A luta do povo Munduruku e de Montanha e Mangabal é uma luta só. Juntos nós ocupamos Belo Monte, demarcamos Daje Kapap Eypi, demarcamos Montanha e Mangabal, fizemos os nossos protocolos de consulta, ocupamos a Transamazônica, falamos pros políticos de Brasília e de Itaituba que somos contra as barragens, o Ferrogrão, a invasão da soja... Já fizemos muito juntos e vamos continuar fazendo. Todos esses projetos são de morte, e o rio Tapajós é a nossa vida, de todos nós. Nós, Munduruku e ribeirinho, somos do mesmo rio, somos do mesmo sangue, somos da mesma floresta. Fomos criados juntos, no mesmo território, no mesmo rio. Se mexer com os ribeirinhos, que estão com a gente na luta, mexeu com o povo Munduruku também sawe.