Capoeira e Poesia como Movimento de Resistência
Lila Sax dos Santos Gomes
Falando especificamente do Brasil, as favelas refletem em alguns lugares, um pouco dos efeitos da escravidão e de uma política pública mal gerida e fracassada.
Onde o morador de favela além de ter que lidar com o descaso do governo, com a falta de saneamento básico, e educação, ainda sofre com o presença do tráfico, e o despreparo da polícia.
A polícia, é o único órgão público que entra na favela, e realmente não bem visto com bons olhos pelo morador – com razao. Um dos maiores perigos dentro da favela é a morte pela polícia. O site statistica.com aponta que “O número de civis mortos em decorrência de intervenção policial no estado do Rio de Janeiro, Brasil, mais que quadruplicou entre 2013 e 2019. No último ano, mais de 1,8 mil pessoas foram mortas em circunstâncias relacionadas a operações policiais no estado do Rio de Janeiro, ante 1,5 mil mortes um ano antes. Nos primeiros sete meses de 2020, foram registradas mais de 800 mortes por agentes estaduais.”
A perseguição da populacao majoritariamente Negra nas favelas muitas vezes é representada pela mídia brasileira como algo auto infligido. As vitimas sao “bandidos”, os mortos “justificados”. A favela parece um lugar de destruição e desepero.
Nosso autor tem como alvo mostrar um outro lado da favela, sem negar a violencia sistemica que oprime a populacao que ali mora. Seus textos falam da resiliencia de um povo discriminado, ignorado e marginalizado.
Leonardo da Silva Nascimento
Meu nome é Leonardo Da Silva Nascimento, sou conhecido no mundo da capoeira como Bronco, integrante com a graduação de “professor “ da ABADÁ- CAPOEIRA (Associação Brasileira de Apoio e de Desenvolvimento da Arte Capoeira), tendo como presidente e fundador Mestre Camisa. Iniciei na capoeira em 1990 na cidade do Rio de Janeiro aos 10 anos de idade.
Nasci no Rio de Janeiro no Bairro de Botafogo, e fui criado no bairro de Bangu. Sou compositor de cantigas de capoeira e de Rap.
Através da capoeira despertei o interesse pela poesia, que estava desde de minha adolescência adormecido. No período da pandemia, a poesia me serviu como válvula de escape para ocupar a mente,e desde desse dia , estou lapidando um novo “talento “ e cultivando uma paixão .
Fui incentivado a escrever um livro pelo Mestre Camisa, que acreditou no meu potencial como poeta, convido a você para momentos de reflexões sobre questões sociais, sentimentais, emocionais, culturais e filosóficas.
Aqui conto de maneira poética um pouco das minhas experiências e vivências, na rua, na vida e na capoeira. Onde o lado humano e o lado capoeirista, estão sempre um apreendendo com o outro.